top of page

A PSICOLOGIA DO MENINO

Foto do escritor: Maria Angelina MarzochiMaria Angelina Marzochi

Atualizado: 25 de jan.



A Estrutura dos Arquétipos


De acordo com Gillette e Moore (1993), cada potencial energético da psique masculina, seja em suas formas imaturas ou amadurecidas, possui uma estrutura trina ou tripartite (como na figura acima). O arquétipo em sua plenitude está localizado no topo da pirâmide, enquanto na base estão as formas disfuncionais bipolares, ou seja, a sombra.


Em termos de psicologia do menino (forma imatura) ou do homem (forma amadurecida), essa disfunção pode ser vista como imatura, sendo uma condição psicológica que não é integrada nem coesa. A falta de coesão da psique é sempre um sintoma de desenvolvimento inadequado. Em um cenário de desenvolvimento ideal, os polos dessas formas de sombra se integram e unificam.


Meninos que parecem ser mais "maduros" do que outros, segundo os autores, estão acessando, inconscientemente, os arquétipos da infância de maneira mais completa que seus colegas. Outros meninos podem parecer mais "imaturos", mesmo considerando que a imaturidade é natural na infância. É normal um menino ter sentimentos heroicos; o patológico é ficar preso às formas bipolares de sombra do arquétipo do Herói - a saber, o Valentão Exibicionista ou o Covarde.


Em diferentes estágios do desenvolvimento masculino, diferentes arquétipos são constelados. O primeiro arquétipo do masculino imaturo a ser constelado é o da Criança Divina. Os arquétipos da Criança Precoce e da Criança Edipiana vêm em seguida, sendo que o último estágio infantil é governado pelo arquétipo do Herói. Embora o desenvolvimento humano não seja simples e linear, os autores apresentam um modelo do desenvolvimento masculino, salientando que as influências arquetípicas se misturam ao longo do caminho.


É interessante pensar que o menino será o pai do homem que virá a ser. Assim, se o desenvolvimento ocorrer de forma saudável, a Criança Divina, enriquecida pelas experiências da vida, torna-se Rei; a Criança Precoce será o Mago; a Criança Edipiana será o Amante; e o Herói torna-se Guerreiro.


Neste modelo de desenvolvimento proposto por Gillette e Moore (1993), o homem adulto não perde a infantilidade, e os arquétipos que formam a base da infância não desaparecem. Uma vez que os arquétipos não podem desaparecer, como já foi dito no post sobre o arquétipo da Criança Divina, o homem amadurecido transcende as forças masculinas da infância, elaborando-as em vez de demoli-las, dando origem à estrutura do Si-mesmo masculino amadurecido.


Na psicologia junguiana, o termo "Si-mesmo" (ou Self) é um conceito central. Jung descreve o Si-mesmo como o arquétipo da totalidade e da integração dos diferentes aspectos da personalidade. É o núcleo central da psique, representando a unificação consciente e inconsciente da personalidade de um indivíduo. Enquanto o ego é a parte consciente que nos ajuda a lidar com a realidade cotidiana, o Si-mesmo é mais abrangente e inclui tanto os aspectos conscientes quanto inconscientes.


O processo de individuação, segundo Jung, é o caminho pelo qual uma pessoa se torna consciente do seu Si-mesmo e atinge um estado de totalidade e equilíbrio interno. Este processo envolve a integração dos opostos internos e o reconhecimento e aceitação das diferentes partes de si mesmo.



Referências bibliográficas:

AION - Estudos do Simbolismo do Si-mesmo. Obras Completas de C.GJung, Volume IX/2 Petrópolis: Editora Vozes, 1998 OBRAS COMPLETAS DE C. G. JUNG
Volume IX/2

Rei, Guerreiro, Mago, Amante – A Redescoberta dos Arquétipos do Masculino. Robert Moore, Douglas Gilette -  Rio de Janeiro: Campus, 1993.
22 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page