Parte 2 – O Príncipe Covarde

Não é raro encontrarmos um Príncipe Covarde no cenário político, e à medida que descreverei a estrutura de personalidade desse arquétipo, provavelmente você identificará alguém que conhece, seja no cenário político, nas empresas ou na família.
Para que este texto não seja acusado de ter viés político, trarei exemplo de um personagem da série TV Steinfeld de 1989, para exemplificar o arquétipo do Príncipe Covarde.
(foto ilustrativa criada pela I.A.)
Talvez você conheça George Costanza, da série de TV Seinfeld (1989), frequentemente retratado como um homem sem muita personalidade ou entusiasmo pela vida, com pouca iniciativa e uma tendência a ser hipocondríaco, ele muitas vezes se envolve em situações absurdas e faz com que os outros ao seu redor se ajustem às suas manias e inseguranças. Tem uma maneira de lidar com a vida que é covarde ou manipuladora. Esse personagem transita pelo arquétipo do Príncipe Covarde – um dos lados sombrios da Criança Divina (o outro é o Príncipe da Cadeirinha Alta, que descreverei no próximo post).
O menino e, mais tarde, o homem que constela o arquétipo do Príncipe Covarde é um sujeito com pouca personalidade, sem entusiasmo pela vida e com pouca iniciativa. Com seu característico ar de desamparo mudo e queixoso, quer ser mimado e comanda tudo e todos ao seu redor. Como um pequeno Buda sentado em sua almofadinha, quer ser levado de um lado para o outro.
Pequenas rotinas são demais para ele. Quando criança, raramente brinca com outras crianças; tem poucos amigos, geralmente não vai bem na escola e tende à hipocondria. O seu menor desejo soa como uma ordem para os pais – o pequeno tirano faz com que o sistema familiar gire ao seu redor.
Sua fraqueza cai por terra quando faz uso de violentas agressões aos seus irmãos, com comentários sarcásticos duros e cruéis para criticá-los ou ridicularizá-los de maneira incisiva. Acredita que é uma vítima indefesa da vida e que é perseguido por todos; com destreza, se coloca como vítima dos irmãos, sendo na maioria das vezes defendido pelos pais. De explosões tirânicas migra para a passividade deprimida, ou da aparente fraqueza para a demonstração de raiva.
Então, identificou alguém?
Veja também o Tirano da Cadeirinha Alta em REI: O ARQUÉTIPO MASCULINO EM SUA PLENITUDE
Referência Bibliográfica: Rei, Guerreiro, Mago e Amante - A redescoberta dos Arquétipos Masculinos. Robert Moore, Douglas Gilette, Rio de Janeiro: Campus, 1993.
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