Quem é? Como vive? Onde vive? O que come?
No Brasil Colônia, o HOMEM DE BEM era o homem branco, dono de propriedades e escravos, possuía um vínculo forte com a Igreja Católica, ao mesmo tempo que marcava seus escravos com ferro e estupravam suas escravas, faziam volumosas doações à igreja para garantir o reinos dos céus.
Para o seguidores de Alan Kardec, o HOMEM DE BEM, “é aquele que cumpre a Lei de justiça, de amor e de caridade, faz para o outro aquilo que gostaria que fizessem para ele. Deposita fé em Deus. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, nas lágrimas que enxuga, nas consolações aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si. É para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não odeia ou persegue aos que como ele não pensam. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos dos seus semelhantes como quer que sejam respeitados os seus” (Kardec; A. in O Evangelho Segundo o Espiritismo).
No Brasil atual, o HOMEM DE BEM, é aquele que, na sua maioria, teve uma infância difícil, mas trabalhou duro e venceu na vida. Comprou uma casa em um condomínio fechado com guardas armados, tem carrão grande como os “brothers” americanos, anda armado, é conservador nos costumes, odeia maconheiro, mas dirige embriagado e joga a lata de cerveja pela janela do carro.
É religioso, paga o dízimo mas sonega imposto para balancear o caixa. Estaciona em fila dupla para pegar o filho na escola, suborna o guarda, passa no sinal vermelho, ultrapassa pela direita, estaciona em cima da calçada, na vaga de idoso antes dos sessenta, e na vaga de deficiente físico, sendo que sua única deficiência é moral.
Geralmente é membro de alguma irmandade filosófica, filantrópica, iniciática, progressista e discreta. Teoricamente de caráter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, o humanismo, os princípios da liberdade, igualdade, fraternidade, democracia e aperfeiçoamento intelectual – costumam ler “Quem Mexeu No Meu Queijo” ou “O Segredo”, alguns leram “O Pequeno Príncipe”, mas acharam muito complexo.
Defendem a família tradicional, mas trocam de esposa à medida que elas vão envelhecendo. Tem medo das feministas porque sabem que não sustentam uma discussão com estas. Não tem nada contra afrodescendentes, até empregam pessoas desta etnia. Também tem amigos gays, filhos nem pensar!
Se identificam com o pensamento da direita, ou da ultra direita, odeiam direitos sociais, mas vivem pendurados no Estado, são especialistas em procurar brechas na lei para mamar da teta do governo e levar vantagens como o Gérson. Com frequência costumam usar frases como “direitos humanos para humanos”; “bandido bom é bandido morto”; “lugar de mulher é em casa esquentando a barriga no fogão e esfriando no tanque”; “mulheres da esquerda são peludas” entre outras pérolas que saem de suas bocas proféticas.
Eles sempre tem razão, dão a última palavra em uma discussão (mesmo porque o ouvinte desiste), é você que não consegue entender o ponto de vista dele. Quando não tem argumentos convincentes, partem para o ataque pessoal desqualificando o opositor no que tange a sua vida pessoal e atributos físicos.
E, por fim, o que comem? Comem gente, como disse um político para a jornalista ao ser questionado sobre o apartamento funcional que mantinha em Brasília.
O que há por traz da máscara do HOMEM DE BEM? Há na verdade um covarde, agora armado.
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